quarta-feira, 25 de maio de 2016

O QUE É MEDITAÇÃO?



Muito se fala, felizmente, sobre meditação nos dias de hoje. Com o crescente interesse ocidental pela sabedoria oriental, seguidores de várias correntes espirituais que abordam o tema vem ao público para defender sua visão quanto ao que é meditação.  Algumas delas tratam a meditação apenas como a prática, ou estado, “dhyana”, que vem a ser a mente silenciosa e clara, alcançada pela observação consciente da mente e da respiração. Outras correntes trabalham a meditação como uma forma de desenvolver virtude, qualidade de bem-aventurança gerada pela contemplação de um objeto que traga, por exemplo, compaixão, equanimidade, bondade amorosa e vacuidade. Há aquelas ainda que utilizam de exercícios físicos e pranayamas (exercícios de respiração).

Para mim, toda prática que leve à interiorização, à elevação da consciência e da mente humana são corretas. Hoje, com a evolução do pensamento humano, conseguimos ser mais inclusivos do que limitados ao “certo” e ao “errado”. Me entristece ver, no meio espiritual, aqueles que atacam uma prática ou outra, esquecendo que esta mesma prática que está sendo criticada já ajudou inúmeras de almas e tem trazido paz e bem-aventurança a inúmeros de corações.

Por isso, digo a você, leitor, siga a prática que lhe faz bem, aquela que faz acalmar os pensamentos e sentimentos mundanos e o leva para o Divino. Eu trabalho com a meditação budista da tradição zen e tibetana e com Yoga indiano. Utilizo também a contemplação e visualização da Luz Divina, dos 7 Raios da Grande Fraternidade Branca, e posso dizer com grande convicção: amo todas as práticas.

A meditação zen é aquela que irá trazer sua mente para o aqui e o agora. Ajudará você a estar mais presente em tudo aquilo que estiver fazendo. Você estará inteiro em si mesmo e sentirá imenso prazer pelo simples fato de Ser. Desse estado, inúmeras virtudes irão surgir em sua mente e os pensamentos de sofrimento que ocorrem em uma mente agitada irão, gradualmente, se dissipar e deixar sua consciência, sempre que você se mantiver alerta.

A meditação budista tibetana também engloba a prática zen, ou dhyana, mas ela inclui a contemplação das virtudes. Através da leituras de textos que trazem à nossa mente uma determinada virtude, geramos um sentimento característico dela e, então, nos focamos em manter esse sentimento, incorporando a virtude em nós. O Lamrim é um belo exemplo de meditação contemplativa. Trata-se de um conjunto de práticas que formam a base do budismo kadampa e significa “as etapas do caminho”. A cada meditação, o praticante vai compreendendo verdades espirituais e abrindo sua consciência para o Bem.

O Yoga tem o intuito de harmonizar corpo e mente. Através de posturas físicas, o praticante pode alinhar seu coração, sua mente e seu corpo em um só foco. Essas posturas trabalham aspectos da psique humana e permitem a livre circulação de prana pelo corpo, o que impede o surgimento de doenças geradas pelo estancamento de energia vital em pontos do corpo. Yoga pode ser considerado uma meditação em movimento.

Luz é aquilo que nós somos. Fomos criados a partir da Luz e de Luz somos constituídos. É por causa do esquecimento desse fato que experimentamos limitações e distúrbios em nossas vidas. Por este motivo, devemos iluminar nosso interior com as puras vibrações das esferas iluminadas. Essas esferas são reinos de intensa Luz, onde seus habitantes vivem em estado de graça e manipulam a substância luminosa para criar e expandir o “Reino de Deus”. Esses habitantes são os Mestres Ascensionados, Budhas, Cristos, Anjos... A meditação com a Luz Divina, na forma dos 7 Raios conecta você com estes reinos e seres de Perfeição e Elevação. O simples contato com tais energias gera intensa felicidade e paz ao praticante.

Para finalizar este artigo e dar uma resposta mais clara à pergunta do título, eu gostaria de nomear a meditação não pela prática, mas por aquilo que ela RESULTA. Nenhuma prática que gere o bem e traga bem-estar a uma consciência pode ser considerada errada. Se alguém lhe disser isso sobre sua prática, defenda-a, pois se trata de uma pessoa querendo incutir dogma em você, e meditação é oposta ao dogma, ela é liberdade. Independente do que você faça, verifique o que ela produz e desperta em você. Se sua prática está produzindo bons sentimentos, maneiras mais leves e felizes de ver a realidade, se produz melhorias nas suas relações pessoais e familiares, em seu trabalho e em você mesmo, então significa que você está meditando. Naturalmente, você escolherá qual prática produz um efeito mais intenso em você, escolherá qual, ou quais, é mais compatível com você.

Desejo que você se aventure e se aprofunde nesse caminho tão feliz da meditação. Que você possa encontrar, no silêncio do seu coração, a tão desejada paz interior.


Autor: Luís Fernando Rostworowski / Sementes das Estrelas
Fonte: Sementes das Estrelas
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