Muito se
fala, felizmente, sobre meditação nos dias de hoje. Com o crescente interesse
ocidental pela sabedoria oriental, seguidores de várias correntes espirituais
que abordam o tema vem ao público para defender sua visão quanto ao que é
meditação. Algumas delas tratam a meditação apenas como a prática, ou
estado, “dhyana”, que vem a ser a mente silenciosa e clara, alcançada pela
observação consciente da mente e da respiração. Outras correntes trabalham a
meditação como uma forma de desenvolver virtude, qualidade de bem-aventurança
gerada pela contemplação de um objeto que traga, por exemplo, compaixão,
equanimidade, bondade amorosa e vacuidade. Há aquelas ainda que utilizam de
exercícios físicos e pranayamas (exercícios de respiração).
Para mim,
toda prática que leve à interiorização, à elevação da consciência e da mente
humana são corretas. Hoje, com a evolução do pensamento humano, conseguimos ser
mais inclusivos do que limitados ao “certo” e ao “errado”. Me entristece ver,
no meio espiritual, aqueles que atacam uma prática ou outra, esquecendo que
esta mesma prática que está sendo criticada já ajudou inúmeras de almas e tem
trazido paz e bem-aventurança a inúmeros de corações.
Por isso,
digo a você, leitor, siga a prática que lhe faz bem, aquela que faz acalmar os
pensamentos e sentimentos mundanos e o leva para o Divino. Eu trabalho com a
meditação budista da tradição zen e tibetana e com Yoga indiano. Utilizo também
a contemplação e visualização da Luz Divina, dos 7 Raios da Grande Fraternidade
Branca, e posso dizer com grande convicção: amo todas as práticas.
A meditação
zen é aquela que irá trazer sua mente para o aqui e o agora. Ajudará você a
estar mais presente em tudo aquilo que estiver fazendo. Você estará inteiro em
si mesmo e sentirá imenso prazer pelo simples fato de Ser. Desse estado,
inúmeras virtudes irão surgir em sua mente e os pensamentos de sofrimento que
ocorrem em uma mente agitada irão, gradualmente, se dissipar e deixar sua
consciência, sempre que você se mantiver alerta.
A meditação
budista tibetana também engloba a prática zen, ou dhyana, mas ela inclui a
contemplação das virtudes. Através da leituras de textos que trazem à nossa
mente uma determinada virtude, geramos um sentimento característico dela e,
então, nos focamos em manter esse sentimento, incorporando a virtude em nós. O
Lamrim é um belo exemplo de meditação contemplativa. Trata-se de um conjunto de
práticas que formam a base do budismo kadampa e significa “as etapas do
caminho”. A cada meditação, o praticante vai compreendendo verdades espirituais
e abrindo sua consciência para o Bem.
O Yoga tem o
intuito de harmonizar corpo e mente. Através de posturas físicas, o praticante
pode alinhar seu coração, sua mente e seu corpo em um só foco. Essas posturas
trabalham aspectos da psique humana e permitem a livre circulação de prana pelo
corpo, o que impede o surgimento de doenças geradas pelo estancamento de
energia vital em pontos do corpo. Yoga pode ser considerado uma meditação em
movimento.
Luz é aquilo
que nós somos. Fomos criados a partir da Luz e de Luz somos constituídos. É por
causa do esquecimento desse fato que experimentamos limitações e distúrbios em
nossas vidas. Por este motivo, devemos iluminar nosso interior com as puras
vibrações das esferas iluminadas. Essas esferas são reinos de intensa Luz, onde
seus habitantes vivem em estado de graça e manipulam a substância luminosa para
criar e expandir o “Reino de Deus”. Esses habitantes são os Mestres
Ascensionados, Budhas, Cristos, Anjos... A meditação com a Luz Divina, na forma
dos 7 Raios conecta você com estes reinos e seres de Perfeição e Elevação. O
simples contato com tais energias gera intensa felicidade e paz ao praticante.
Para
finalizar este artigo e dar uma resposta mais clara à pergunta do título, eu
gostaria de nomear a meditação não pela prática, mas por aquilo que ela
RESULTA. Nenhuma prática que gere o bem e traga bem-estar a uma consciência
pode ser considerada errada. Se alguém lhe disser isso sobre sua prática,
defenda-a, pois se trata de uma pessoa querendo incutir dogma em você, e
meditação é oposta ao dogma, ela é liberdade. Independente do que você faça,
verifique o que ela produz e desperta em você. Se sua prática está produzindo
bons sentimentos, maneiras mais leves e felizes de ver a realidade, se produz
melhorias nas suas relações pessoais e familiares, em seu trabalho e em você
mesmo, então significa que você está meditando. Naturalmente, você escolherá
qual prática produz um efeito mais intenso em você, escolherá qual, ou quais, é
mais compatível com você.
Desejo que
você se aventure e se aprofunde nesse caminho tão feliz da meditação. Que você
possa encontrar, no silêncio do seu coração, a tão desejada paz interior.