O
que é Deus?
Há
milhares de anos entre os seres humanos existe a procura para descobrir o que é
Deus. A resposta talvez seja muito mais fácil do que se pode imaginar: Deus é
apenas uma palavra. Juntando-se as letras “d”, “e”, “u” e “s”, se tem a palavra
Deus.
Uma
palavra é apenas uma “faculdade de expressar idéias por meio de sons
articulados” (Mini Dicionário Aurélio – 3a. Edição). Sendo assim, Deus é apenas
uma idéia.
O
importante na procura de quem é Deus não é a escolha da palavra utilizada, mas
sim da idéia que se quer expressar através desta. Outras palavras podem ser
utilizadas para expressar a mesma idéia (sinônimos), como por exemplo: Jeová,
Alá, natureza etc. O importante na busca da compreensão de Deus não é a palavra
que é utilizada para defini-lo, mas qual a idéia que se tem Dele.
Por
isto, existe o conhecimento popular que afirma que existe um Deus diferente
para cada ser humano. Isto ocorre porque cada espírito, dentro do seu processo
evolucional, tem uma idéia sobre Deus, ou seja, apesar de todos utilizarem a
mesma palavra, cada um está expondo uma idéia diferente.
Cada
ser humano utiliza, portanto, os seus conceitos para formar a idéia do que é
Deus. Como ensinado pelo Espiritualismo Ecumênico Universal, as concepções
formadas com utilização de conceitos individuais não podem ser uma “Verdade
Universal”, mas sim particular. Por este motivo, nesta busca de se definir
Deus, precisamos utilizar como parâmetros as informações passadas pelos seus
enviados, os Mestres da humanidade, uma vez que eles não se utilizaram de
conceitos e agiram em nome do Pai.
Todos
os Mestres foram unânimes em afirmar que Deus é a Causa Primária de todas as
Coisas: Jesus nos disse
que não cai uma folha da árvore sem que o Pai a faça cair; na primeira pergunta
do “Livro dos Espíritos” a resposta dada pela espiritualidade é exatamente o
termo que usamos acima; Maomé recitou que o anjo Gabriel lhe havia dito que
tudo está escrito e nada acontece sem que Deus presida a execução. Mesmo Buda,
cujos ensinamentos não contemplam a palavra Deus, afirmou que o Universo é
regido por uma força comandante superior.
Portanto,
abortando os conceitos humanos, temos que entender como “Verdade Universal” que
Deus é a Causa Primária de todas as coisas. Este tem que ser o ponto de partida
para a idéia que se expressa ao se articular a palavra “Deus”.
O
ser humano possui diversos “deuses” (causa primária) para os mais variados
assuntos. Ele não vê esta Verdade Universal porque está preso às suas verdades
conceituais. Para ele, Deus não está na Terra, mas preso no céu, de onde
assiste o desenrolar da vida da humanidade, aguardando o seu retorno ao reino
celeste para que Ele possa agir. O máximo que o ser humano aceita é que Deus
venha até as igrejas ou templos, aonde vai para recorrer a Ele quando se acha
impotente para causar o que quer.
Isto
ocorre porque o ser humano imagina-se um “deus”, ou seja, o causador dos
acontecimentos. Tudo que “faz” é causado por ele mesmo sem a menor intervenção
do Pai Eterno. Se existem louros a serem recebidos, confere a si mesmo, mas
também imputa a si mesmo as penas. Ele só recorre a Deus quando se sente
incapaz de conquistar o que deseja. Nestes momentos, atribui a Deus o seu real
sentido (Causa Primária) e pede a Sua intervenção para que ocorra o que ele
quer.
Entretanto,
o Ser que exerce a Causa Primária não pode fazê-lo sem que para isso tenha os
atributos necessários. Somente Deus pode ser a Causa Primária das coisas, pois
Ele tem as “qualidades” que lhe conferem esta posição. É por este motivo que o
Espiritualismo Ecumênico Universal afirma que o ser humano não pode ser o
“deus” de nenhum acontecimento da vida carnal.
Para
que um ser possa causar as coisas, é necessário que ele comande com Perfeição. Uma organização só subsiste pela
eternidade se não forem cometidos erros. Caso houvesse no Universo a
possibilidade de falhas serem cometidas, o caos se instalaria, pois não poderia
haver a “confiança” do caminho a ser seguido.
Deus
é a Inteligência Suprema do Universo e por isso causa todos os acontecimentos
com Perfeição. Ao espírito em evolução não pode ser atribuída esta função, pois
ele carece de informações sobre todas as coisas universais para não cometer erros.
Por isto, Deus tem que ser onipresente e onisciente, ou seja, tem que estar em
todos os lugares e saber de tudo o que ocorre para comandar os acontecimentos
sem falhas. Além disso, Ele tem de ser Único, porque se houvesse dois deuses um
se sobreporia ao outro em superioridade de inteligência.
Aquele
que possui a Inteligência Suprema certamente comanda as coisas com justiça, ou
seja, dá a cada um o exato que merece. Deus é a Justiça Perfeita, pois aplica
com perfeição as causas do universo, dando estritamente o merecido a cada
espírito. Para que esta justiça seja alcançada é necessário que Ele seja
Imutável, não tenha dois pesos e duas medidas. O espírito em evolução, pela
mesma carência de informações, certamente causaria injustiças, pois não possui
todas as informações sobre as coisas universais.
No
entanto, as causas não podem ser aplicadas como “penalidades” ou “castigo”.
Acreditar em um Deus assim é aceitar a idéia de um Pai sádico, que não ama seus
filhos, mas sim que busca castigá-los por não cumprirem suas determinações.
Para poder aplicar as causas com Perfeição e Justiça, é necessário que a fonte
delas seja amorosa. Por isto, Deus é o Amor Sublime do Universo. Não um Ser que
perdoa tudo indiscriminadamente, pois isto não seria justo, mas um Pai que
aplica um castigo com a única intenção de ensinar ao filho. A causa de todos os
acontecimentos universais tem como base a elevação espiritual e não a punição
de culpados.
Deus
não causa as coisas com base em “vingança” ou “ajustes de contas”, mas tão
somente para que o filho compreenda o sofrimento que causa em outros quando age
daquela determinada forma e, com isto, não mais aja desta maneira. É o chamado “lenitivo da dor”. O
espírito em evolução ainda possui a intenção de se “vingar” daquele que lhe
causou dano, por isto não pode ser causador das coisas. Se ele fosse a causa
das coisas, estaria apenas buscando o sofrimento alheio como reparo ao seu e
não aplicando um ensinamento.
Por
todos estes motivos é que Deus tem de ser o Todo-Poderoso, ou seja, ser o
causador de todas as coisas universais, é Dele o comando do Universo, não como
um exercício ditatorial, mas porque Ele possui os atributos necessários para
isto.
Portanto,
não importa com que letras se compõe o nome, mas tudo aquilo que for a causa
primária dos acontecimentos de sua vida, será o seu Deus.
Canal:
Firmino Leite
Fonte: C.E.U