Queridos amigos,
Eu
me alegro por estar com vocês outra vez. Quando Eu os vejo, não os vejo tanto
como os corpos físicos que vocês vêem no espelho. É o seu interior que eu sinto
e vejo: os movimentos internos dos seus pensamentos, sentimentos e emoções.
Estou aqui para ampará-los na sua jornada.
Há
um assunto que Eu gostaria de discutir aqui hoje, que tem tido grande impacto
sobre vocês, através da sua história na Terra. É sobre a sexualidade e como ela
é vivenciada por homens e mulheres.
Este
não é um tema fácil. A sexualidade tem sido carregada com muitos julgamentos,
medos e emoções. Praticamente não existe mais nenhum aspecto dela que seja
espontâneo e auto-evidente. Isto é o mesmo que dizer que o aspecto inocente da
sexualidade, o aspecto da criança inocente que explora livremente, se perdeu.
Vocês ficam cheios de medo e tensão, quando se trata de expressarem-se
sexualmente.
Eu
quero falar desse peso nesta canalização, mas primeiro Eu gostaria de falar um
pouco sobre o que a sexualidade significa do ponto de vista espiritual.
A
sexualidade é a dança conjunta das energias masculina e feminina.
Originalmente, a sexualidade é mais do que um ato físico. Ela devia ser uma
dança na qual todos os níveis ou aspectos do casal participassem.
Eu
vou distinguir quatro níveis ou aspectos que poderiam tomar parte nessa dança
de energias.
QUATRO
ASPECTOS DA EXPERIÊNCIA SEXUAL
Primeiro,
há o nível físico, o aspecto do corpo físico.
O
corpo é inocente. O corpo conhece o desejo sexual e a sensualidade – isto é
algo que está presente espontaneamente dentro do corpo. O corpo busca a
satisfação dos seus desejos, e é o ser humano, ou a consciência da alma no ser
humano, que determina o modo como o desejo sexual se aplica e se manifesta.
Mais uma vez, o corpo é inocente. Ele conhece sensualidade e desejo. Não há
nada de errado nisso. Isso pode ser uma fonte de divertimento, alegria e prazer.
Mas o corpo, por si só, não pode escolher de que forma ele vai expressar a sua
energia sexual. É você – o ser humano – que está a cargo disso, e o corpo
precisa do seu comando.
Quando
você quer experienciar a sexualidade da forma mais amorosa, o ponto de comando
reside no coração. Quando você deixa que o seu coração se encarregue da sua
energia sexual, ele encontra a sua expressão mais prazerosa.
A
outra alternativa é deixar os seus pensamentos (julgamentos) ou as suas emoções
governarem o fluxo sexual, e você vai ver que isto causa vários bloqueios na
sua energia. Mas falarei disto mais adiante.
O
segundo aspecto da dança sexual que eu gostaria de distinguir é o nível
emocional. A união sexual é um ato profundamente emocional. Se você ignora este
aspecto, você não está completamente presente no ato e você se fecha para o
verdadeiro significado da sexualidade.
Em
uma canalização anterior, chamada “Lidando com as emoções”, nós nos
estendemos bastante nesta questão das emoções. Nós citamos as poderosas emoções
de medo, raiva e tristeza e discutimos como elas podem tirá-los do seu centro.
Quando qualquer uma destas emoções poderosas está em ação num relacionamento
entre duas pessoas e não é reconhecida e definida conscientemente, ela virá à
tona quando estas pessoas estiverem intimamente unidas. Essas emoções podem
causar reações psicológicas de resistência ou fechamento, quando elas estiverem
em intimidade física, ou o corpo delas pode ficar incapacitado de sentir prazer
ou excitação.
Sempre
que existem esse bloqueios psicológicos ou físicos, é importante lidar com eles
no nível em que eles se originaram: o nível emocional. Quando você tenta
eliminar os sintomas físicos sem olhar para a dinâmica emocional por trás
deles, você está desrespeitando a si mesmo e o seu corpo. Quando o corpo
resiste à intimidade, ele lhe envia uma mensagem, pura e clara, de que existe
um bloqueio emocional. Isso pode ser devido a um problema entre você e seu
parceiro(a), ou pode ser uma ferida emocional que você traz consigo de uma vida
passada. O que quer que seja, isso precisa ser definido e cuidado de uma forma
gentil e amorosa, antes que a energia sexual possa fluir livremente.
Depois
do nível emocional, vem o nível do coração, que é a sede do sentimento.
Na
mesma canalização que Eu mencionei (“Lidando com as emoções”), nós
fizemos uma distinção entre emoções e sentimentos. Os sentimentos pertencem ao
domínio da intuição e conhecimento interior. O seu lado sentimental fala com
você através de sussurros silenciosos, repletos de sabedoria e compaixão. As
emoções são de natureza mais dramática e nós as chamamos de “reações de
mal-entendimento”, porque isso é o que elas são em essência: explosões de não
entender o que está acontecendo com você (veja a canalização citada, para mais
esclarecimento).
Quando
o coração se abre entre os parceiros sexuais, existe confiança, amor e
segurança entre eles. Quando o coração está presente num encontro sexual, ambos
permitem que a intuição observe o que está acontecendo entre eles quando eles
estão em intimidade física. Os parceiros não escondem suas emoções, eles falam
abertamente sobre elas. Antigas dores podem vir à tona e são aceitas como tal.
Cada um é aceito como é e esse tipo de aceitação é o maior poder curativo que
existe. Quando você conecta a energia do seu coração com a sua energia sexual,
pode haver uma grande cura numa área que está muito necessitada disso.
Entretanto,
o coração também pode sutilmente impedi-lo de experienciar a sexualidade numa
forma alegre e amorosa. O coração pode ter se fechado para o prazer da
sexualidade por diferentes razões.
Primeiro,
pode haver um desejo no coração de se elevar acima da realidade física da
Terra. Segundo, pode haver dogmas religiosos em ação para impedir o coração de
se abrir para o que a sexualidade realmente é.
Falarei
dessas duas questões agora.
O
coração pode ter uma forte inclinação a se elevar acima do plano denso da
realidade material. É uma espécie de saudade. Pode haver um desejo de unidade
ali, que absolutamente não está voltado à união sexual, mas traz consigo uma
sutil rejeição ao reino terrestre (e à sexualidade também).
Muitos
de vocês conhecem o desejo de transcender a realidade. Muitos de vocês se
lembram da energia de amor e harmonia que vocês experienciaram nos reinos
não-materiais, antes de encarnarem na Terra. Seu coração chora pela tranqüilidade
e suavidade dessa vibração. Vocês tentam beber dessa energia, quando vocês
meditam. Geralmente os chakras superiores (do coração, da garganta, terceiro
olho e chakra da coroa) são ativados dessa maneira. Eles se abrem, enquanto os
chakras inferiores (plexo solar, umbigo e cóccix), que são mais vitais para o
seu eu terreno, são mais ou menos abandonados.
Isso
também acontece, de uma forma menos natural, quando se tomam drogas.
Quando uma pessoa toma uma substância para expandir a mente, seus chakras
superiores são escancarados artificialmente e ela pode experimentar um êxtase e
bem-aventurança temporários, que a faz esquecer-se dos aspectos densos e
pesados da realidade terrena.
Embora
o desejo e a ânsia de transcender seja compreensível, é importante fazer as
pazes com a realidade terrena. Do contrário você cria uma separação artificial
entre as partes superior e inferior do seu campo energético. Você dá
preferência a estar com a sua consciência na parte superior da sua aura, e faz
crescer uma resistência sutil ou aberta à realidade do corpo, às emoções e à
sexualidade. Isso cria um desequilíbrio no seu campo energético.
Quando
você estiver com essa saudade, tente perceber a razão e o propósito de você
estar na Terra neste momento. Seu motivo para estar aqui não é transcender a
Terra, mas trazer o Lar aqui para baixo, para a Terra. Esta é uma jornada
sagrada.
A
segunda razão para o coração se intimidar diante da sexualidade são os dogmas
religiosos, geralmente de vidas passadas. Você pode ter tido vidas nas quais
fez votos de castidade ou nas quais lhe ensinaram a sentir vergonha ou culpa a
respeito do prazeres do corpo e da sexualidade. Estas energias ainda podem
estar presentes no seu coração. Por causa disso, você pode ter julgamentos negativos
ou uma sutil resistência à intimidade física. Estes julgamentos e sentimentos
não se fundamentam na verdade. Mais uma vez, Eu quero dizer que o corpo em si é
inocente. Prazer, desejo e simplesmente todos os processos físicos que os fazem
ansiar pela união sexual, são processos naturais e saudáveis. Os desequilíbrios
que ocorrem na área da sexualidade são quase sempre devidos a níveis
não-físicos, dos quais Eu acabo de descrever dois.
O
quarto e último nível é o aspecto da mente. No nível da mente, pode haver
crenças morais ou espirituais que o impedem de aproveitar a sexualidade. A
maioria dessas crenças é de natureza religiosa.
No
nível espiritual, você pode sentir que o corpo físico é uma espécie de prisão.
Essa realidade não-física dos “reinos mais elevados” (como vocês o chamam, não
Eu) é tão valorizada, que a realidade é menosprezada. Isto acontece
freqüentemente entre os Trabalhadores da Luz. Especialmente entre eles,
freqüentemente há uma resistência ao prazer e alegria que a sexualidade pode
oferecer. Isto vem, em parte, das crenças religiosas e morais, e em parte da
simples inexperiência neste aspecto da vida. Muitos Trabalhadores da Luz
passaram muitas vidas como padres, freiras, ou em papéis similares, afastados
da comunidade, sem um parceiro(a) nem uma família. Eles se concentraram tanto
na espiritualidade, que a área da sexualidade foi negligenciada. Assim, no
nível mental ou espiritual, pode inclusive haver uma falta de hábito que os
impede de explorar a energia sexual.
Geralmente
as pessoas religiosas têm uma falta de respeito pelo corpo na sua expressão
natural. Isto é verdadeiramente lamentável, pois, do nosso lado, a expressão na
matéria é vista como o caminho mais sagrado que a alma pode tomar. Semear e
ceifar as sementes da sua dignidade tão longe de casa, na realidade da forma, é
uma incumbência sagrada. É um ato divino, criativo, da mais alta ordem.
Talvez,
em algum momento, você tenha presenciado a morte de alguém ou testemunhado o
nascimento de uma criança. Nesses momentos, as almas entram ou abandonam a
dança com a matéria. Esses dois instantes são cercados de uma atmosfera de
sacralidade. Pode-se sentir isso como um silêncio profundo, envolvente, repleto
de honra, que anuncia a vinda ou a partida de uma alma. Portanto, do nosso lado
do véu, existe o mais profundo respeito pelo que vocês fazem nesses momentos. A
dança com a matéria é sagrada. E vocês a detestam, tão freqüentemente!
A
sexualidade, no seu verdadeiro sentido, é a dança na matéria que, ao mesmo
tempo, se eleva sobre a matéria. Em uma manifestação sexual equilibrada, vocês
transcendem a realidade material, sem ignorar ou reprimi-la, sem abandonar os
três chakras inferiores e buscando o êxtase através dos seus chakras
superiores. A sexualidade completa integra todos os níveis do seu ser. A
sexualidade faz o papel de ponte sobre o abismo entre a matéria e o espírito.
Quando
duas pessoas estão em intimidade física de uma forma amorosa, todas as células
dos seus corpos vibram um pouco mais rápido… elas começam a dançar um pouco.
Abre-se um portal para uma realidade energética de uma vibração ligeiramente
mais alta e para um sentimento mais suave. Depois de uma relação sexual em que
participa a totalidade do seu ser e a do seu parceiro(a) – corpo, mente e alma
– vocês se sentem em paz e felizes ao mesmo tempo. Há um êxtase silencioso. As
células dos seus corpo experimentaram a energia do amor e, nesse momento,
trouxeram a realidade do Amor para mais perto de vocês. Vocês canalizaram a
energia divina do Amor que deseja tão carinhosamente fluir através de vocês e
que tem simplesmente o maior respeito pela sua natureza sexual.
Quando
a energia de todos os quatro níveis fluem juntas durante uma relação sexual,
esta é um ato de criação divina. É simplesmente natural que crianças nasçam de
um ato desses. Quando a dança do masculino e feminino é realizada desse modo
tão prazeroso, ela só pode gerar coisas boas e agradáveis. Quando uma criança é
concebida deste modo, ela entra no reino terreno através de um escorregador de
amor e luz. Esta é a acolhida mais amorosa que uma alma pode ter na Terra.
Pelo
fato da energia sexual ser tão preciosa, nós lhes pedimos: por favor lidem
respeitosamente com a sua sexualidade. Quando houver problemas, medos ou
tensões ao redor dela, não julguem a sexualidade em si mesma, nem desistam
dela, pois ela é uma parte natural de vocês, e uma parte sagrada.
PROBLEMAS
SEXUAIS E A BATALHA DOS SEXOS
Eu
gostaria de entrar um pouco na história da sexualidade e depois falar alguma
coisa sobre os problemas específicos que as mulheres e os homens vivenciam hoje
em dia, na expressão pessoal da sua sexualidade.
Muitas
coisas têm acontecido nessa área. Em essência, a sexualidade carrega um grande
potencial de luz, mas por causa disso, também existe a potencialidade de um
grande abuso. A história da qual quero falar é a da luta de poder entre homens
e mulheres. Essa história é antiga e, na verdade, começou na época em que os
impérios extra-terrestres, galácticos, começaram a interferir na vida da Terra
(veja um relato detalhado desse processo na “Série Trabalhadores daLuz”, no). Antes disso, a Terra era uma espécie de paraíso, o
Jardim do Éden, onde prevaleciam a beleza e a inocência. Não vamos discutir
essa era aqui, mas simplesmente observar que vocês estão na fase final de uma
luta de poder, que é muito mais antiga do que os 5000 anos dos seus registros
históricos.
Na
última etapa dessa história, os homens desempenharam claramente o papel de
agressores e opressores. Mas nem sempre foi assim. Houve um tempo em que a
mulher era muito mais poderosa, tanto na vida pública, quanto na vida privada.
Ela também oprimiu a energia masculina de forma cruel e sádica. Vocês sabem que
a mulher não é naturalmente o sexo oprimido ou subjugado, e nem o sexo mais
amoroso. O estereótipo da mulher doce mas indefesa e do homem forte mas
insensível está mais relacionado com a última fase da história que acabo de
mencionar, do que com o homem e a mulher propriamente ditos.
Houve
épocas, anteriores às dos seus registros históricos, nas quais as sociedades
matriarcais eram vistas como um padrão. Nessas épocas, as mulheres também
usaram sua energia de uma forma destrutiva, desrespeitando a força vital e a
criatividade de todo ser humano. Houve um tempo em que a mulher tinha poder
sobre o homem. As mulheres controlavam e manipulavam os homens, usando os
poderes da emoção e intuição, com os quais elas têm uma afinidade natural. Elas
também usavam suas habilidades psíquicas para controlar os homens. Havia, por
exemplo, sacrifícios e rituais, onde homens eram torturados e mortos.
Quero
enfatizar este aspecto, porque a sua história oficial pinta um quadro
unilateral da relação entre homem e mulher. A opressão da mulher pelo homem foi
evidente durante todo o período coberto pelos seus registros históricos. Mas o
rancor e o ódio que os homens apresentaram (e ainda podem apresentar) contra as
mulheres não veio do nada. Além das tradições e hábitos culturais que os
influenciam, há também profundas feridas emocionais na alma masculina coletiva,
que vêm de uma era muito mais antiga.
Sem
entrar em detalhes sobre essa era, Eu gostaria de convidá-los a sentirem por si
mesmos se é possível que vocês tenham experienciado isto. Para as mulheres, a
pergunta é: “Vocês podem imaginar que um dia vocês exerceram poder sobre os
homens e tentaram, com sucesso, controlar a energia deles?” E para os homens a
pergunta é: “Vocês podem imaginar que isto aconteceu em larga escala e que
vocês eram o ‘sexo fraco’?” Ao fazerem esta pergunta internamente, a si mesmos,
talvez vocês recebam algumas imagens ou fantasias. Deixem a sua intuição
mostrá-las para vocês e observem as emoções que vêm à tona. Isto pode ser
surpreendente.
O
ódio e o ressentimento surgiram na alma coletiva masculina por causa desta
antiga história. Isso manifestou-se na opressão da energia feminina na área da
política, mas também na área da religião, particularmente através da Igreja. A
idéia de que a sexualidade é pecaminosa ou, no máximo, um mal necessário, é uma
linha de pensamento masculina que foi influenciada pelo ódio e ressentimento,
que resultaram da repressão masculina em uma outra era. Nessa época, a
sexualidade masculina era considerada um instrumento de procriação, sem
respeitar a parte sentimental do homem, nem os laços entre um pai e seus
filhos. Freqüentemente os filhos eram criados pela mãe, separados do pai, e
praticamente nenhuma atenção era dada ao que o pai pensava ou queria. Os
valores importantes eram transmitidos pela figura da mãe, e a inferioridade dos
homens era um desses valores. O homem era mais um “burro de carga” do que um
parceiro em igualdade de condições.
Além
da Igreja ser um baluarte da energia masculina frustrada, o mundo da ciência
também apresenta hostilidade em relação à energia feminina. Embora a ciência e
a religião sejam, em muitos aspectos, inimigos naturais, elas estão unidas na
resistência ao aspecto intuitivo e fluente da energia feminina.
Os
dogmas da Igreja são rígidos e sufocantes, mas os métodos científicos também
são limitadores, de uma outra forma. Embora o ímpeto por trás da ciência
moderna tenha sido esclarecedor e inovador (no desejo de destronar a falsa
autoridade), ela ficou emperrada em um tipo mesquinho de pensamento racional,
que não permite a participação da energia feminina. O pensamento científico é
analítico e lógico, mas não se abre suficientemente para a imaginação e para as
fontes extra-sensoriais (intuitivas) de observação. No entanto, a aversão que
muitos cientistas sentem pelo “paranormal” e por tudo que não pode ser
explicado racionalmente, em parte se deve a uma lembrança que a alma tem da dor
e da humilhação, e que vem de um tempo em que as mulheres abusaram dos poderes
psíquicos, utilizando-os contra eles como um instrumento de manipulação.
Estou
falando desta história antiga porque Eu gostaria de deixar claro que, na
“batalha dos sexos”, em última análise, não existem vilões nem vítimas, não
existem “bonzinhos e malvados”, porque todos vocês foram ambos. Foi uma luta
entre as energias masculina e feminina, na qual essas energias se tornaram
opostas, embora originalmente elas fossem complementares uma à outra. Nos dias
de hoje e nesta era, os homens e as mulheres estão sendo convidados a unirem
suas forças outra vez e a re-encontrarem a alegria e a dignidade da dança
original do feminino e masculino.
Essencialmente,
a energia feminina guia e inspira, enquanto a energia masculina serve e
protege. A energia feminina é a inspiração por trás de qualquer criação; o
aspecto masculino cuida da manifestação na forma e na ação. Ambas as energias
trabalham através de todo ser humano, através de todo indivíduo, seja ele
masculino ou feminino. Não é realmente relevante se você é um homem ou uma
mulher; o que conta é o equilíbrio e o relacionamento entre as duas energias
dentro de você.
BLOQUEIOS
NA SEXUALIDADE FEMININA
Agora
Eu falarei sobre os bloqueios de energia na área da sexualidade, que se aplicam
especificamente às mulheres e aos homens. Nas mulheres, a área dos dois
primeiros chakras (do cóccix e do umbigo) foram as mais danificadas e feridas,
como resultado da opressão e violência sexual de séculos. Durante um bom
milênio, as mulheres estiveram enquadradas dentro de um papel de subserviência
em quase todas as áreas da sociedade, e isto ainda acontece em muitos lugares
da Terra. Em relação à sexualidade, essa desigualdade manifestou-se como rapto,
estupro, agressão e humilhação em larga escala. Como resultado disto, muitas
mulheres – na verdade, a alma feminina coletiva – sofreram incrivelmente.
Existem profundas feridas emocionais, que precisam de tempo, amor e um extremo
cuidado para serem curadas.
Frequentemente,
as mulheres sentem a atração pela união sexual como um desejo do coração, ou
como um sentimento espiritual. Mas, durante a intimidade física, pode ser que
elas não consigam expressar livremente a sua sexualidade, devido aos bloqueios
de energia no primeiro e segundo chakras. Nesses centros, existem lembranças
(da alma) da sexualidade que lhes foi impingida e que as humilhou. Essas
experiências foram tão dolorosas, que a mulher retirou a sua energia e a sua
consciência da área do abdome. E agora, quando essa área é tocada novamente de
uma forma sexual, os músculos instintivamente se enrijecem ou o corpo emocional
automaticamente sinaliza uma resistência. As células físicas estão conscientes
do trauma e não aceitam tão facilmente o convite para dançar. Elas querem se
fechar e criar uma barreira, para proteger a mulher contra mais agressão. Esta
reação é totalmente compreensível e sempre se deveria lidar com ela da maneira
mais respeitosa. O uso de qualquer tipo de força para tirar essa resistência é
uma forma de violentar novamente esses centros feridos.
Se
você, como mulher, tiver essas emoções, é muito importante tornar-se
completamente consciente dela: pode haver raiva, resistência ou medo em relação
à intimidade física. E todas essas emoções são mais antigas do que o
relacionamento em que você está envolvida; inclusive mais antigas do que esta
sua vida. Pode haver traumas muito antigos, nesses chakras inferiores, que causaram
cicatrizes emocionais profundas.
Se
você é uma daquelas mulheres que reconhecem essa dor, Eu gostaria de
aconselhá-la a se familiarizar com suas vidas passadas, nas quais você foi o
ofensor ou agressor (como o oposto da vítima). Ou, caso tenha dificuldade para
acessar vidas passadas, a entrar em contato com a “energia da mulher agressiva
e poderosa” que existe dentro de você. Isto pode parecer muito estranho, mas a
razão é a seguinte: se você foi vítima de violência sexual, isto criou muita raiva
no seu campo de energia. Pode haver raiva lá de muitas vidas passadas. Essa
raiva bloqueia você e a mantém presa num sentimento de impotência e na sensação
de ser uma vítima. Para liberar a raiva, você precisa do entendimento. Você
precisa entender porquê e para quê; você precisa ver um quadro mais amplo da
situação. Se você puder se imaginar como uma mulher poderosa, que poderia ser
impiedosa e cruel com os homens, e sentir internamente que isto também é parte
de você, então a raiva poderá se dissolver. Assim poderá surgir uma compreensão
mais abrangente, um conhecimento interior de que você é parte de uma história
cármica maior, na qual você desempenhou tanto o papel de agressor como o de
vítima. É quase impossível liberar as suas emoções de dor e impotência e a sua
sensação de ser uma vítima, sem olhar também para o seu outro lado, o “lado
escuro”.
Você
não precisa necessariamente voltar a vidas passadas para reconhecer essa parte
escura dentro de si. Você também pode se tornar mais consciente dela, observando
a si mesma no seu dia-a-dia. Quando você sentir essa energia (isto é, a vontade
de exercer esse poder e ferir os outros), poderá perceber que você não tem sido
apenas a vítima indefesa das circunstâncias externas. Existe um laço cármico
entre o agressor e a vítima: ambos os papéis refletem aspectos de você mesma.
Assim
que você reconhece e aceita o seu lado escuro, você pode olhar para as suas
feridas internas de uma forma diferente, e pode começar a perdoar. Quando
existe entendimento, a raiva pode se dissolver e você pode entrar em contato
com a camada de emoções por baixo dela; a tristeza, o desgosto, a dor que
existe em várias camadas, inclusive no próprio corpo físico.
É
muito importante que as mulheres reconheçam o seu lado agressor e trabalhem com
ele. Se existe ódio e ressentimento em você em relação à sexualidade, entenda
que quanto mais ódio e raiva você sente, mais você se identifica com o papel de
vitima e mais você sabota a sua liberdade. Tente perceber internamente que, na
arena da sexualidade, está se desenrolando um jogo cármico, no qual você
desempenhou os dois papéis – tanto o do “mocinho” quanto o do “bandido”. A
partir daí, você poderá ir para o perdão: perdoar a si mesma e perdoar outra
pessoa. As coisas acontecem por alguma razão. Atos de violência e repressão
podem parecer sem sentido, mas sempre existe uma história por trás deles. E
sempre que existe violência sexual envolvida, ela deixa marcas profundas em
todos os quatro níveis do ser humano.
BLOQUEIOS
NA ENERGIA MASCULINA
Quanto
à experiência de sexualidade masculina, a maioria dos bloqueios que ocorrem
estão no nível do coração ou da cabeça. Nesses níveis, pode haver um medo de se
entregar, um medo da intimidade emocional profunda. Este medo é muito mais
antigo do que vocês podem se lembrar. Ele está relacionado com a época em que
as mulheres dominavam os homens. Isto fez com que o jogo da atração sexual, que
inicialmente era inocente e espontâneo, se tornasse ameaçador. Os homens
aprenderam que era perigoso mostrar suas emoções e abrir seu coração para suas
parceiras.
Dentro
dos homens, existem medos profundamente assentados, relacionados com a entrega
ao seu lado sentimental, e esses medos não se manifestam necessariamente no
nível físico. Os homens podem participar do ato sexual físico, enquanto mantêm
seus sentimentos à parte. Ou seja, o homem pode estar sexualmente presente no
nível físico, enquanto a sua natureza sentimental está (parcialmente) ausente.
As suas emoções estão presas devido a esse medo de se abrir e se tornar
vulnerável à rejeição mais uma vez. Sua alma conserva as antigas lembranças de
quando ele foi abandonado e ferido emocionalmente.
PACIÊNCIA
E AMOR
Geralmente,
os bloqueios de energia são um pouco diferentes nos homens e nas mulheres.
Portanto, é muito importante que o casal se comunique abertamente a respeito do
que cada um sente e percebe quando estão juntos. Quando você realmente confia
no seu parceiro (ou parceira), você pode investigar – sem sentir vergonha –
onde a sua energia sexual fica bloqueada, quando vocês estão em intimidade.
Você pode fazer isto, simplesmente observando até que ponto você se permite
sentir e expressar o fluxo de excitação e intimidade, quando ele começar a
surgir entre vocês. Perceba se você se sente preso ou bloqueado em alguma parte
do seu corpo ou em algum ponto das suas emoções e sentimentos. Você sente um
calor no seu coração quando vocês estão juntos? Você sente uma abertura
espiritual em relação ao outro? Você está preparado para se relacionar com o
outro, na totalidade dele?
Parece
esquisito, mas vocês têm medo da intimidade verdadeira. Todos vocês desejam
intensamente um relacionamento satisfatório. Nas ruas, todos os cartazes se
referem a um relacionamento emocional e sexualmente gratificante. Mas a verdadeira
intimidade assusta vocês. Quando alguém se aproxima demais e lhes é pedido que
tirem suas máscaras, surgem vários tipos de inibição, das quais vocês não
tinham consciência.
Nos
momentos em que elas vêm à tona, tentem não julgar a si mesmos por causa disso.
Ao contrário – vejam isso como uma oportunidade de pesquisar essas inibições e
bloqueios que existem dentro de vocês.
Ninguém
está livre deles. Praticamente todas as pessoas têm bloqueios que os impedem de
experienciar a sexualidade no sentido completo que Eu descrevi no começo. É por
isso que Eu quero pedir a todos vocês que olhem para o seu fluxo de energia
sexual interno com amorosa consciência – quer vocês estejam sozinhos ou num
relacionamento – e tratem os bloqueios que vocês encontrarem, com carinho e
respeito. A força é o pior conselheiro nessas questões. Paciência e amor são
vitais.
Mantenham
vivo desejo de uma experiência sexual verdadeira e completa!
Vocês
não precisam jogar fora a criança junto com a água do banho. O desejo é
saudável. O caminho para uma experiência de sexualidade plena e feliz pode ser
longo e tortuoso. Mas, durante o percurso, vocês farão crescer amor e compaixão
por si mesmos e pelos outros, e isto é imensamente valioso no seu mundo humano.
Vocês
estão curando uma antiga história de lutas entre o homem e a mulher. As
energias masculina e feminina querem voltar a se unir e participar de uma dança
de alegria e criatividade. Qualquer contribuição que vocês façam neste sentido,
no nível individual, tem uma influência positiva na alma coletiva do homem e da
mulher. O amor de vocês por si mesmos faz com que as energias de paciência e
amor se tornem disponíveis para os outros.
Canal: Pamela Kribbe
Fonte: http://www.jeshua.net/por/
Tradução: Vera Corrêa
Revisão: Luiz Corrêa