terça-feira, 10 de novembro de 2015

Gustavo Tanaka - "Libertando-se das mentiras que te contaram - Como ser livre no trabalho?"



Em algum momento do passado, alguém inventou que precisávamos criar um padrão comum de trabalho.

Que deveríamos trabalhar por cinco ou seis dias e descansar por um ou dois.

Depois alguém inventou que precisávamos trabalhar oito horas por dia, quarenta horas por semana.

E agora a gente tem que ficar conectado o tempo inteiro e não pode ficar offline se quiser prosperar no mercado de trabalho. Enquanto você está o desconectado, tem um cara conectado e trabalhando, passando por cima de você.

Mais uma vez eu questiono:

Quem inventou tudo isso?

E quem disse que eu preciso concordar?

O normal é viver no piloto automático e fazer as coisas sem questionar nada, afinal de contas, é assim que o mundo funciona e é assim que as coisas são.

Eu nunca aceitei muito bem essas respostas do tipo “é assim mesmo”, “fazer o que”, “todo mundo faz”.

Acho que na minha infância eu ficava mordido por essas respostas, mas confesso que acabei sendo adestrado. Eu mesmo comecei a usar muitas dessas respostas. Especialmente quando queria justificar algo que eu replicava dos outros. Coisas do tipo, “ah, mas todo mundo bebe”, ou “todo mundo tem que trabalhar de segunda-feira”, “todo mundo precisa acordar cedo”, “todo mundo tem que fazer faculdade”.

Quando a frase começa com “todo mundo tem que…”, você deveria parar de escutar, porque provavelmente vem alguma mentira que fizeram você acreditar.

Você é livre. Sempre foi e vai continuar sendo.

Somente precisa se desatar de todos os nós que lhe foram aplicados. De todas as falsas ideias que foram plantadas em você.

Você não precisa fazer nada.

Você somente deve fazer o que você quer. E isso é tudo.

Eu acredito de verdade nisso. E não sou um anarquista. Não quero o caos. Eu acredito na ordem. Mas na ordem natural das coisas.

Eu quero apenas que a gente possa viver um mundo livre.

Onde cada um tenha a possibilidade de ser quem é de verdade.

Quando começo a falar sobre isso, sempre surgem os mesmos questionamentos.

“Se todo mundo só fizer o que quiser, não haverá quem faça o trabalho sujo que ninguém quer fazer, como limpar o banheiro, por exemplo.”

Quando o banheiro começar a ficar sujo, você vai querer que ele fique limpo. Então você vai querer limpar o banheiro.

“Sempre vai ter um que vai fazer mais que os outros e uns que não vão fazer nada.”

Quando mais se evolui num senso de comunidade, mais você tem vontade de fazer para servir o grupo e o todo.

Lembre-se de quando você foi viajar com seus amigos. Sempre tinha alguém que fazia mais e outro que fazia menos. E nem por isso você deixava de fazer a sua parte. Você entrava no trabalha braçal, ajudava na faxina, lavava louça. E ficava tudo bem. Vocês estavam juntos, estavam se divertindo e estavam felizes.

“Se você deixar as pessoas fazerem o que elas quiserem, vai ter gente que só vai ficar na piscina ou no ócio.”

Talvez isso possa acontecer nos primeiros dias. Mas depois de um tempo no ócio, você sente vontade de produzir algo. De contribuir com os outros. De contribuir com o grupo e com a sociedade.

No ócio, é provável que você comece a se escutar mais. E quanto mais você se escuta, mais seu coração fala com você. E ele sempre te orienta naquilo que você deve fazer de mais grandioso.

Você veio com uma missão aqui. Não veio para ficar na piscina o dia inteiro.

Quando você dá espaço, você se lembra.

E quando você se lembra do que veio fazer aqui, sua vida fica muito mais interessante.

E a vida passa a te ajudar. A vida passa a tomar conta de quem está fazendo o que veio fazer aqui.

Nós estamos empreendendo em um modelo que temos chamado de “EMPRESA LIVRE”. Cada um é livre para ser quem é de verdade. Para escolher como quer se envolver, em qual atividade, por quanto tempo e de onde quer trabalhar.

Tem sido uma grande experiência. Um grande desafio com muitos aprendizados, mas que a cada dia me reforça o quanto acredito nesse modelo. A cada dia tenho mais convicção de que o caminho que nossa sociedade seguiu não faz sentido algum. E que talvez, esse sentido contrário que estamos seguindo, possa estar certo.

E tudo isso me dá força para arriscar mais, para explorar mais possibilidades, para questionar mais.

Quanto mais eu questiono, mais eu lembro. E quanto mais eu lembro, mais próximo de mim mesmo eu fico.


Autor: Gustavo Tanaka 

Autor do Livro "11 Dias de Despertar"

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