quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Gisela Vallin - ''A credibilidade está na expressão da própria verdade" - 16/01/2016




Hoje vou fazer uma confissão à quem quiser ouvir ou melhor, ler ( mais uma - risos...)

Sempre achei que o sentimento que mais incomodava as pessoas nas relações interpessoais, era o de tristeza, drama, pessoas que se queixam demais. De fato, isso incomoda mesmo, é desagradável para a maioria das pessoas conviver com gente que está sempre se lamentando.


Entretanto, a minha surpresa foi descobrir, de uns anos para cá, quando me libertei de algumas repressões, que um sentimento que incomoda absurdamente boa parte das pessoas, ainda reprimidas, é o da alegria. Foi uma descoberta intrigante!


Sim, a alegria incomoda infinitamente mais do que a tristeza alheia. No fundo, eu já sabia disso mas não queria admitir, pois também já me senti incomodada com a alegria alheia. O nome disso? A famosa inveja, que todo mundo tem, em maior ou menor grau, a menos que já tenha se iluminado ou esteja próximo disso.


É fácil ter alguém do seu lado quando você é um coitado, vítima, uma pessoa cheia de problemas, que está sempre mal. Em geral, as pessoas projetam a criança interna abandonada delas na " vítima " e se solidarizam não com o outro em si, mas com a projeção que fazem em cima dele. Mas ter pessoas ao seu lado quando você está feliz e alegre, é muito, muito, mais difícil. A alegria alheia, em geral, nos incomoda. A felicidade do outro, muitas vezes nos coloca em contato com nosso profundo sentimento de inferioridade, nossa alegria reprimida, nossa criança interna massacrada por um superego repressor gigante. Pensamos: "Por que essa pessoa está tão feliz e eu não? Ela deve estar mentindo, deve estar fazendo uma personagem, não pode ser de verdade. Vou desmacará-la" e, imediatamente,queremos encontrar estratégias para cercear a espontaneidade alheia. 


Lembro-me do querido Gaiarsa com a pérola: "Todos controlam a todos para que ninguém faça o que todos gostariam de fazer."


Sim, somos superegos repressores ambulantes uns dos outros.


Acho interessante observar que, quanto mais natural estou, mais recebo críticas de pessoas funcionando como um superego gigante dizendo, sob o pretexto de me ajudar ( Oi? Não me lembro de ter pedido "ajuda".): "Você não deve ser assim. Não mexa tanto os braços, seja mais contida, não ria tanto. Você precisa aprender a passar credibilidade." - Fico materializando essas palavras num exercício mental e imagino uma camisa de força psíquica que essa pessoa tenta colocar em mim. É o reflexo da camisa de força psíquica que ela põe em si mesma e não tem consciência.


Sempre acho engraçado ouvir essas opiniões que vem sob o pretexto de "Quero te ajudar", mesmo sem eu ter perguntado. É bacana sim a gente oferecer ajuda sincera e generosa, quando pedem nossa opinião. Senão não é ajuda, é invasão. Não me ofendo mais porque sei que a pessoa não está falando de mim e sim dos aspectos reprimidos nela que ela vê em mim. Hoje em dia, posso dizer que sinto compaixão por aquele ser que, ao tentar me cercear, no fundo, está me pedindo ajuda, mesmo que inconscientemente e, por isso, envio luz à distância. E, nesse momento, lembro-me do meu passado e das inúmeras vezes que invejei a alegria alheia achando que nunca conseguiria atingir verdadeiramente aquele estado na minha vida. Felizmente eu me enganei. E hoje, me vejo passando por situações semelhantes de pessoas repressoras querendo fazer o mesmo comigo e consigo visualizar o meu passado e sentir: Ufa, que bom que eu mudei e hoje estou do outro lado, orientando pessoas, que sentem afinidade comigo, a expressarem suas próprias verdades de alma, sem culpa de serem felizes.


Minha sugestão amorosa de hoje é: Não se preocupe com credibilidade social, ela só serve para fortalecer o egocentrismo, a credibilidade real é expressar o verdadeiro poder da sua alma. Ele é curativo para você e para quem convive com você. A expressão do nosso amor e alegria são as maiores contribuições que podemos dar ao mundo.


Com amor, leveza, verdade e risadas,


Gisela Vallin

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