“Estou
triste. Quem percebe isso? Estou com medo. Quem percebe isso? Tu és a pessoa
que percebe isso. Tu não é os seus sentimentos”.
“No
estado de calma e consciência, se precisar da mente para um fim prático, ela
estará presente. Na verdade a mente funciona muito bem quando a inteligência
maior e real que és tu, se expressa através dela, como uma ferramenta.”
“Aprenda
a sentir-se à vontade dentro do não-saber. A mente teme o não-saber, mas um
conhecimento mais profundo que não é baseado em qualquer conceito vai emergir
desse estado”.
“A
mente está sempre querendo alimentar-se para continuar pensando. Ela procura
alimento para a sua própria identidade, para o seu sentido de ser. É assim que
o ego se cria e recria continuamente”.
“Tu
das-te conta de que esse ego é fugaz e passageiro? Quem percebe isso? É o
Eu-Sou. Esse é o seu "eu" mais profundo, que não tem nada a ver com o
passado e o futuro. Quando se dá conta de que existe uma voz na sua cabeça que
pretende ser a tua pessoa e não pára de falar, percebe que vem-se identificando
com a corrente do pensamento. Quando percebe a existência dessa voz, compreende
que não é essa voz, mas a pessoa que a percebe. Ter liberdade é saber que você
é a consciência por trás dessa voz.”
“Ao
concentrar toda sua atenção ao momento presente, uma inteligência muito
superior à inteligência da mente autocentrada entra no comando da sua vida. Sua
ação presente torna-se não só muito mais eficaz, como infinitamente mais
satisfatória e gratificante”.
“Ao
viver através do ego, faz do momento presente apenas um meio para atingir um
fim. Vive em função do futuro, mas quando atingem os seus objetivos eles não te
satisfazem. Ou pelo menos não por muito tempo.”
“Quase
todo ego tem o que podemos chamar de “identidade da vítima”. Muitas pessoas se
vêem de tal forma como vítimas, que essa imagem se torna o ponto central de seu
ego. Mesmo que as mágoas sejam muito “justas”, ao assumir a identidade de
vítima, cria uma prisão cujas grades são feitas de formas obsessivas de pensar.
Veja o que está fazendo consigo mesmo, ou melhor: Veja o que sua mente está
fazendo consigo. Sinta a ligação emocional que tem com a sua história de vítima
e perceba sua compulsão de pensar e falar a respeito dela. Ao perceber isso, a
transformação e a liberdade virão.”
“Reclamar
e reagir são as formas preferidas da mente para fortalecer o ego. O eu
autocentrado precisa do conflito para fortalecer sua identidade. Ao lutar
contra algo ou alguém, ele demonstra pra si mesmo que “isto sou eu” e “aquilo
não sou eu”. É comum que países procurem fortalecer sua sensação de identidade
coletiva colocando-se em oposição aos seus inimigos.”
“A
inveja é um subproduto do ego que se sente diminuído quando algo de bom
acontece com outra pessoa, ou ela possui mais, sabe mais, ou tem mais poder do
que ele. A identidade do ego depende da comparação. Ela agarra-se a qualquer
coisa +procurando o “mais”, e quando nada disso funciona, a mente
fortalece o seu ego considerando-se “mais” injustamente tratada pela vida,
“mais” doente ou “mais” infeliz do que os outros.”
“O
ego precisa estar em conflito com alguém ou com alguma coisa. Isso explica por
que, apesar de querer paz, alegria e amor, não consegue suportá-los por muito
tempo. Diz que quer ser feliz, mas está viciado em ser infeliz. Essa
infelicidade não vem dos factos da sua vida, mas do condicionamento da sua
mente.”
“A
culpa é outra maneira que o ego tem para criar uma identidade, mesmo que essa
identidade seja negativa. O que fez ou deixou de fazer foi uma manifestação da
sua inconsciência na época, o que é natural da condição humana. Mas o ego
personifica a situação e diz “Eu fiz tal coisa”, e assim cria uma imagem de si
mesmo como ruim, falho e insuficiente. As palavras de Cristo: “Perdoai-os, Senhor,
pois eles não sabem o que fazem” podem ser usadas em relação a si."
Eckhart
Tolle - Do Livro "O Poder do Silêncio"
Fonte: Portal do Budismo
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